Rabino Dov Lior
AVISO: postagem sobre extremismo religioso. Se não interessa, simplesmente ignore.
Dia desses li (e comentei no Facebook) declaração de um pré-candidato à presidência dos EUA (Mitt Romney), que alegou que Deus (Ele, o próprio) teria escolhido aquele país pra “comandar o mundo”. E por isso (em nome d'Ele), iriam à guerra sempre.
Agora, li uma outra grande asneira do mesmo gênero (nem dá pra dizer que é pior, embora até pareça, já que ambas usam como fundamentos a mesma lenga-lenga de sempre: “somos os escolhidos”). Segundo este texto, um rabino israelense chamado Dov Lior prega um “édito talmúdico” (uma “lei” religiosa antiga) que libera o assassinato de não-judeus.
O texto diz que, na cabeça doentia desse rabino, até as crianças não judias devem ser mortas, “porque não há inocentes na guerra”. A ideologia dele prega ainda que “ainda que sejam pacificados e ‘passem a respeitar a lei’, os não judeus devem ser escravizados para ‘carregar água e cortar lenha’, a serviço dos senhores da raça superior”.
Estranho, parece que já se ouviu, na boca de outros maníacos do passado, esse papinho de "raça superior"!
Pois bem, como não saio acreditando em tudo que leio, fui procurar mais a respeito do tal Rabbi Dov Lior. Cheguei, então, a uma reportagem recente do Ha'aretz (jornal israelense), a qual, infelizmente, parece comprovar a informação. E mais: diz que (assim como Mitt Romney nos EUA) o infeliz rabino não é um simples maluquete radical, mas um líder influente e respeitado.
A coisa chega ao ponto de os principais partidos da coalizão do atual governo Netanyahu quererem propor uma chamada “Lei Dov Lior”, que garantiria a loucos como ele saírem pregando assassinatos e racismo por aí, sem serem “incomodados” pela lei. Segundo eles, a Torah (bíblia do judaísmo) está acima de qualquer lei humana.
Resumindo: se Deus disse que os judeus são a raça superior, que prometeu Jerusalém a eles, e que o resto (os não-judeus, inclusive eu e talvez você) tem estatuto equivalente a “bestas de carga”, então tá falado! É isso mesmo?
Eita mundinho cada vez mais perigoso, esse nosso!
PS 1: nada tenho contra judeus em geral, mas sim contra este tipo de interpretação extremista vinda de grupos que parecem ganhar força ultimamente.
PS 2: gostaria que as “patrulhas sionistas” que enchem meu saco por e-mail dissessem apenas se discordam do rabino em questão, ao invés de se limitarem a fazer ameaças veladas.