Pressionado por acusações de integrar um esquema de desvio do Detran-RS (Departamento Estadual de Trânsito), o presidente do TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Rio Grande do Sul, João Luiz Vargas (também chamado por seus colegas réus no processo originado pela Operação Rodin como "chefe do terreiro"), pediu afastamento para realizar exames médicos.
Segundo a assessoria de imprensa do TCE, Vargas sofreu uma arritmia cardíaca na segunda-feira e foi atendido em hospital de Santa Maria (RS), município onde tramita a ação que visa a recuperar os R$ 44 milhões que uma turma de nobres cavaleiros (e damas) teria desviado dos cofres públicos e investido em seus próprios domínios.
Com pedido de afastamento pelo prazo de oito dias, o amigo de Antonio Dornéu Maciel e cia., com trânsito com a governadora Yeda (segundo a peça acusatória do MPF) encontra-se em recuperação em sua cidade natal, São Sepé.
O "chefe do terreiro" (segundo Dornéu Maciel) foi acusado pelo Ministério Público Federal de ser um dos beneficiários e articuladores da fraude multimilionária contra o Detran gaúcho. Além de Vargas, a denúncia da Procuradoria também aponta como responsáveis pela fraude a governadora Yeda Crusius (PSDB), seu (ex?) marido Carlos Crusius, sua assessora especialíssima Walna Vilarins, deputados do calibre de José Otávio Germano, Luiz Fernando Záchia e Frederico Antunes e ainda Rubens Bordini (vice-presidente do Banrisul) e Delson Martini (ex-secretário da tucana, adquirente do Passatão de Yeda, colecionador de obras como telas de Iberê Camargo e de Gotuzzo e feliz proprietário de um automóvel Jaguar). Todos, obviamente,envolvimento com o desvio.
A ação de improbidade resultou no bloqueio dos bens de João Luiz Vargas em agosto. Na semana passada, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do "chefe do terreiro", como carinhosamente chamado por Maciel).
A situação do conselheiro é considerada politicamente delicada dentro do TCE. Nos bastidores, conselheiros ouvidos defendem o afastamento definitivo do presidente afirmando que sua permanência, na condição de investigado, gera desgaste ao tribunal. Este que vos escreve também conversou pessoalmente com auditores, que por vezes se dizem constrangidos quando vão executar sua missão. "Vocês deviam auditar a presidência, lá", já escutou certa feita um dos auditores.
Segundo a reportagem da Folhapress, a assessoria de Vargas disse que ele não se manifestaria sobre as acusações. O advogado André Cézar, que o defende, não respondeu recados deixados pela reportagem daquela agência noticiosa.
Um comentário:
Ficou dodói o LADRÃO. Deve ser um ataque de corruptice aguda.
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