Germano,
Li teu texto e concordo inteiramente com ele.
Confesso que, por vezes, me sinto absolutamente cansada de ver com que objetivos essa gente se orienta. Que me cansa não é perceber os objetivos desse pessoal, mas ver como continuam sendo aceitos pela sociedade de “gente bem”. Me canso de ver como pessoas absolutamente “lacraias”, caras-de-pau, sem-vergonhas e ralé ficam se arrastando como serpentes peçonhentas pelos belos palcos da sociedade “boa”, recebendo elogios, sendo considerados pessoas de sucesso e prestígio. Pessoas que deveriam ser apedrejadas em praça pública e cobertas de vergonha. E não falo apenas dos políticos loucos por qualquer coisa que lhes possa cair no bolso mas de toda uma dinâmica social que prestigia o poder e o dinheiro e que ainda tem a coragem de se declararem defensores da “moralidade”, dos “valores familiares” e toda essa bobajada supostamente ética, que serve apenas para encobrir e disfarçar o cheiro fétido do que lhe vai por baixo. Já perdi a conta do número de vezes que ouvi um destes defensores da moral reclamar sobre a “inversão de valores” quando o pessoal dos Direitos Humanos defendem aqueles que, por cometerem crimes pequenos em comparação aos seus próprios, são pegos e tratados de maneira incorreta pelo Estado. Pessoas que criticam o MST por “invadirem propriedades privadas”, quando eles mesmos invadem nosso bolso o tempo inteiro, de maneira indireta e insidiosa, seja através de PECs ridículas, verbas de gabinetes, verbas de viagem verbas para isso ou aquilo outro. Me lembra até um ditado que diz.... “quem rouba um centavo é ladrão, quem rouba um milhão é Barão”.
Todo mundo tem um preço. Seja através de dinheiro, interesses, chantagens ou seja lá o que for que possa mexer com a cupidez ou o medo inerentes a todos nós. Isso se dá porque chegamos sozinhos ao mundo. Vivemos nele sozinhos e geralmente acaba-se morrendo (de medo, geralmente) completamente só. Todos nós passamos a vida com medo de perder o que já se tem, com medo de não se ganhar mais para garantir a “tranqüilidade” dos filhos e netos, medo de sermos roubados por quem não tem (embora sejamos roubados o tempo inteiro por quem já tem demais). Vivemos o tempo inteiro com medo do “outro” porque não percebemos que a venalidade alheia reflete apenas aquela que está em nós mesmos
Vc disse que num momentos desses minha ideologia ganha pontos.... o que vc não percebe é que o “momento desses” acontece o tempo inteiro. A única diferença é que este momento em particular apareceu, surgiu diante de nossos olhos. Mas distante do nosso conhecimento e ao arrepio da Lei (que deveria fazer com que nos sentíssemos seguros) eles ocorrem o tempo todo. Daí que surge a “minha” ideologia. Trocamos nossa liberdade pela segurança que o Estado deveria nos dar. Trocamos nossa liberdade por essa segurança, por puro medo do “outro”. Acontece que essa segurança ilusória, pois ela apenas nos defende (mal e porcamente) no ladrão, deixando-nos completamente expostos ao Barão. Porque é justamente o Barão que controla os aparelhos do Estado e cria o tempo todo as ferramentas necessárias para nos roubar.
Em vez de começar a pensar no seu preço, faça como eu. Faça uma tatuagem (tenho 9) coloque mais um piercing (tenho 7), continue a escrever o que tem escrito... faça qualquer coisa que lhe dê o sentimento de que não faz parte de toda essa palhaçada, desse Banco Imobiliário gigantesco que vivemos jogando e chamamos de vida real. Porque debaixo do papelão onde o jogo se desenrola, a “utopia” de se viver em um mundo anárquico continuará a ser a única realidade onde o ser humano poderá começar a pensar a viver realmente em paz e sem medo.
[medo mode off]
postado por Annarquista
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