quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Coluna semanal no Agora - Rio Grande (RS)

  • A América Latina parece ter entrado, definitivamente, na corrida armamentista disparada por Hugo Chávez. A Colômbia, de Álvaro Uribe, embarcou no movimento armamentista por "vias oblíquas", deixando na mão dos norte-americanos (ou "estadunidenses", como preferem alguns, e com razão) a responsabilidade por fazer boa parte da proteção do território. Já o Brasil, maior potência da América do Sul, parece ter dado um primeiro passo nesse sentido, fundamentando o gasto bilionário em função da defesa das futuras riquezas do pré-sal. Pena que este tipo de investimento seja necessário em um continente ainda tão carente em diversas outras áreas.

  • O governo federal bateu o martelo em favor da proposta francesa, que irá vender ao Brasil cinco submarinos (sendo um de propulsão nuclear) e 50 helicópteros (que deverão ser fabricados aqui), além de 36 caças Rafale, de última geração, a um custo de mais de R$ 30 bilhões. Em troca, o Brasil deve ter acesso à tecnologia francesa (para fabricação e posterior venda a clientes latino-americanos), além de já ter acertado a venda de 10 aviões de transporte KC-390, da Embraer, para o país da Marseillaise e das baguettes. Enquanto isso, em terra brasilis, se o povo reclamar que não tem pão, deem a eles brioches!

  • O jornal espanhol El País definiu que o acordo reafirma o Brasil como "primeira e indiscutível" potência militar da região. E, na questão geopolítica, a América Latina fica dividida com Venezuela (que adquire tecnologia russa), a Colômbia (que apenas recebe apoio dos EUA) e o Brasil (que compra arsenal e tecnologia dos franceses). Com isso, o caldeirão latino-americano ganha novos temperos... e já começa a aquecer.

  • Falando em temperos, mais uma vez ficou provado que churrasco é coisa de gaúcho. Tivessem trazido o francesinho marido da dona Bruni aos pampas, e ele teria desfrutado de uma suculenta "janela 12 horas", assada em fogo de chão. Mas não, foram fazer "churrasco de paulista" em Brasília, em churrasqueira com vidro temperado e outras frescuras, e deu no que deu: o vidro bonito estourou, a carne ficou cheia de estilhaços e monsieur Sarkozy teve que se contentar com uma moqueca de última hora.

  • E, falando em Uribe, qual a diferença entre o prolongamento do mandato presidencial pleiteado por ele e o conseguido por outros líderes do continente?

publicado originalmente em 08/09/2009, às 23h.

Um comentário:

sidnei Rodrigues disse...

É que o Uribi é conservador e querido da grande mídia.