terça-feira, 1 de setembro de 2009

Reencontrando o foco

A grande mídia, ao analisar a questão do pré-sal apenas por um viés eleitoral ("é 2010 aí na frente", opina o global William Waack), deixa de dar a devida dimensão a um tema de importância capital para o país, e se limita apenas a prestar serviço à oposição.

Pouco se viu, nestes dois últimos dias, sobre o que realmente deveria estar sendo debatido, como a importância estratégica destes recursos não-renováveis, bem como sobre as políticas que visam a criar uma indústria petrolífera à altura do tamanho das reservas que começarão a ser exploradas em poucos anos.

Aliás, nesse ponto, o tema (de interesse nacional) se torna ainda mais significativo para nós, rio-grandinos, já que, desde a decisão estratégica de nacionalizar a produção de plataformas, entramos definitivamente na bilionária cadeia industrial e de serviços que se forma ao redor deste setor. O polo naval está para Rio Grande como o pré-sal estará para o país.

Portanto, parece bem mais relevante o debate em torno da questão da nacionalização do setor e da estatização do controle sobre o petróleo do que a simples verborragia politiqueira, atrelando o tema às eleições do final do próximo ano.

Outra questão importante, e que infelizmente perdeu espaço na mídia, é com relação à distribuição dos royalties. Até agora, os peemedebistas Paulo Hartung (ES) e Sergio Cabral (RJ) e o tucano Jose Serra (SP) têm emperrado a ideia de distribuir os ganhos por todos os estados, como se o petróleo enterrado no fundo do mar, a mais de 300 km da costa, só a eles pertencesse. Ora, recursos de jazidas minerais, como todos sabem, pertencem à União.

Além disso, a Petrobras é uma estatal brasileira, patrimônio de todos os brasileiros. E, não fosse toda a tecnologia desenvolvida por esta empresa, as enormes reservas petrolíferas sequer teriam sido descobertas; quanto menos haveria possibilidade de extrair o produto em águas tão profundas. E não se fale apenas em capital financeiro da empresa, muitas vezes alavancado pelos tributos pagos por brasileiros de todo o país (através de financiamentos do BNDES, por exemplo), mas também no capital humano, uma vez que a companhia emprega técnicos formados com excelência em universidades espalhadas por todo o território nacional.

Os recursos são de todo o país; a contribuição é da Nação inteira. Não há porque os resultados ficarem apenas com os estados mais próximos da área onde se encontram as reservas. Não há justiça, nem fundamentação suficiente nos argumentos daqueles três estados.
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O pré-sal é pré-eleitoral
por Gilberto Dimenstein (Folha SP)
em 01/09/09


Vou logo dizendo que não entendo nada de prospecção de petróleo. Sou, como a imensa maioria dos eleitores, um leigo. Mas não precisa ser geólogo para ver que o anúncio do pré-sal é uma prospecção pré-eleitoral, como se a questão fosse entre os vendidos aos interesses estrangeiros e os defensores das riquezas nacionais --o que é obviamente uma exploração. Existe aqui uma questão educativa. (continua)

O colunista da Folha confessa que não entende nada. Mas já deu seu parecer conclusivo sobre o tema!!!

3 comentários:

Alexandre disse...

Interessante como o colunista deste blog retrata a disputa do pré-sal em termos de oposição e governo.Esta visão tira o foco dos verdadeiros donos da Petrobrás que certamente não é o povo,que na prática tem um retorno insignificante desta estatal,aliás,um empresa de capital misto,orientada para o lucro de seus acionistas.

Alexandre disse...

Espero que meu comentário seja publicado e que não prevaleça a ditadura de uma opinião.

Anônimo disse...

Alexandre, a petrobras tem uma importância muito grande para o país, ela ajuda a equlibrar a balança de pagamentos, traz divisas, cria milhares de empregos, paga muito imposto que financia o estado etc.
Você não sabe nada, deveria se informar melhor!