terça-feira, 14 de julho de 2009

Coluna semanal no Agora - Rio Grande (RS)

  • A crise no Senado parece não ter fim, depois que os senadores "descobriram" possíveis ilícitos do presidente Sarney. Embora o alvo não seja efetivamente o oligarca maranhense, a vigilante oposição segue fustigando o velho coronel. Hoje, vários ex-colegas pediram sua cabeça grisalha numa bandeja, ao bradarem por sua renúncia.

  • Já aqui nos pampas, o novo recuo da viúva do ex-assessor suicidado (Magda Koenigkan adiou depoimento que daria na Assembleia), o continuado silêncio do MPF e a falta de uma cobrança mais forte em cima dos deputados que fecham os olhos para as denúncias (sem assinar a criação da CPI da Corrupção) deram um novo alento à senhora que governa o RS. Ao menos por enquanto, as pizzas preparadas no Piratini - e servidas no restaurante da Assembleia - seguem alimentando muita gente.

  • Yeda já achou o "culpado" pela desgraça em que se meteu o Rio Grande do Sul nos últimos 20 meses: o ministro da Justiça Tarso Genro (curiosamente, líder em pesquisas de opinião para o governo estadual em 2010)! O petista Tarso é culpado pela Polícia Federal ter descoberto que pessoas ligadas ao Piratini se locupletavam de um esquema para desviar milhões do Detran. É do ministro também a culpa por descobrirem que a tucanada de Canoas (ligada ao povo do Piratini através do milionário secretário Chico Fraga) desviava dinheiro da merenda escolar. Deve ser por obra de Tarso também que políticos como José Otávio Germano foram flagrados ao telefone dizendo para um dos acusados na Operação Rodin que eram "sete um" e não "sete zero", e que poderiam ser deixados com uma secretária. Parece que, ao menos nesse meio, investigar crimes praticados por supostos corruptos é considerado desvio de conduta.

  • Apesar da histórica divergência entre pai e filha, sobrou ainda para Luciana Genro, deputada federal pelo PSOL, também nomeada por Yeda como partícipe de uma "conspiração" que paralisa o governo gaúcho. Pela lógica, fariam parte também deste grupo "suprapartidário" nomes como Adão Paiani (ex-ouvidor da Segurança, recém-exonerado do governo yedista), Paulo Feijó (vice-governador, filiado ao DEM) e Lair Ferst (até há pouco "afável" e "sempre presente" militante do PSDB gaúcho), entre outros. A pergunta que não cala, então, é: como nossa governadora conseguiu a proeza política de unir tanta gente tão diferente contra si?

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