terça-feira, 21 de julho de 2009

Coluna semanal no Agora - Rio Grande (RS)

  • A gripe A, suína, H1N1, independente do nome que receba, não para de causar preocupação. Na vizinha Argentina, os números já são alarmantes, a ponto de 85% a 90% dos casos de gripe serem pelo novo vírus. No Reino Unido, estima-se que, no auge da epidemia, até 100 mil pessoas por dia serão contaminadas. Em Caxias, aqui no Estado, um médico pneumologista me disse que as mortes já chegam a cinco (embora o número oficial é de apenas uma), e que as vítimas fatais eram saudáveis, sem complicações associadas.

  • Outro fato importante é que, segundo a OMS, a taxa de mortalidade do H1N1 é a mesma da gripe comum: 0,5%. Ou seja, a cada 200 contaminados, um deverá morrer. No entanto, o estrago na Argentina é várias vezes maior: a fatalidade chega a 4,48% dos infectados.

  • Levando em conta estes dados, criei dois cenários aqui mesmo, em nosso pequeno mundinho:
    Cenário 1 = 10% da população
    Nesse cenário, em Rio Grande, se apenas 10% da população (ou 19 mil pessoas) contrair a gripe, seriam 95 os mortos. Já pelo índice "argentino" de mortalidade, teríamos 851 pessoas morrendo pela doença.

    Cenário 2 = 25% da população

    A OMS já disse que, em uma previsão bastante realista, 30% da população mundial poderá contrair o vírus H1N1. Numa estimativa um pouco mais modesta, se 25% dos rio-grandinos fossem infectados (45,6 mil pessoas), a taxa de mortalidade "mundial" de 0,5% faria 228 vítimas fatais. Já a taxa "portenha" resultaria em 2.042 mortes!

  • Some-se a isso a recusa dos governos em oferecer o antiviral antes de confirmar a infecção, e o fato de que o remédio é eficiente nas primeiras 48 horas, e se chega à conclusão de que qualquer cenário que se reproduza por aqui é preocupante. A matemática costuma ser implacável.

  • Ao apontar, na semana passada, que Tarso e Luciana Genro estariam por trás dos ataques contra o seu governo, Yeda parece reconhecer o que as pesquisas já apontam: a reeleição é praticamente impossível. Assim, resta arrastar consigo o principal adversário (não necessariamente dela, mas de grupos de interesse maiores), criando um clima de confronto entre a situação coberta de escândalos X a oposição raivosa. Assim, limpa o terreno para uma "terceira via" mais pacífica em 2010. Exatamente como ocorreu em 2006.

Nenhum comentário: