- A leitura da peça inicial da ação de improbidade do MPF contra Yeda + oito é de deixar de cabelo em pé. O modus operandi da quadrilha (como apontam os procuradores) mescla esperteza, dissimulação, maquinações políticas, preocupação em manipular indicações para compor a CPI do Detran, ocupação de cargos públicos para permitir a manutenção do esquema, entre outras práticas. De tudo isso, fica claro ao menos uma coisa: o Estado está envolto em um mar de lama como jamais se viu antes.
- Esse "acanalhamento" da política gaúcha (com graves reflexos em outras instituições do Estado, corrompidas pelo esquema) deve ter um basta. É hora de resgatar a honra do Rio Grande do Sul. Para isso, não só a juíza federal Simone Barbisan, mas também membros de outras instituições importantes, como o Tribunal de Contas do Estado e o Ministério Público do Estado, devem cumprir com denodo o papel que deles se espera. Isso apesar (e até por causa) do indiciamento do presidente do TCE e de polêmica participação de membros do MPE no governo Yeda.
- Junto com a PF e o MPF, aquelas instituições estaduais precisarão fazer uma verdadeira devassa, para desbaratar as teias de corrupção que, através do desvio de verbas públicas, tiram do contribuinte gaúcho o direito à prosperidade e até mesmo o direito à vida, eis que faltam recursos para a saúde e a segurança pública, por exemplo. Além disso, não podem se ater apenas ao Estado. A fiscalização sobre as prefeituras e a devida responsabilização de eventuais infrações à lei são imprescindíveis para se resgatar a imagem das instituições e a autoestima do povo gaúcho.
- Através de advogados, os indiciados na ação do MPF não se preocupam mais sequer em negar a autoria. Só alegam que "não há provas concludentes". Mantra que é repetido por barões da mídia gaúcha.
- Se alguém quiser entender melhor como supostamente funcionava o esquema, mas tem (justificada) preguiça em ler todas as 1.239 páginas, sugiro os trechos das páginas 625 até 645 e 781 até 788.
- Nos diálogos interceptados e transcritos na peça do MPF, aparecem (sem qualquer implicação) os nomes de pelo menos três rio-grandinos. Lição de casa pra quem é curioso.
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